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domingo, 24 de março de 2013

Charger R/T 72: atualização 11

Caros,

depois de vinte e três meses, a funilaria do R/T 72 Polar ficou pronta. Salvo um ou outro detalhe a ser corrigido, a qualidade do serviço foi bem satisfatória. É claro que um bom conjunto de peças novas facilitou o trabalho: assoalho, assoalho de mala, laterais traseiras e paralama dianteiro esquerdo.

Curiosamente, quando olhei o carro lembrei do dia em que o recebi, em maio de 2011. Muito trabalho, tempo e recursos para aparentemente voltar ao mesmo estado! É claro que foi apenas uma impressão, pois desapareceram toda a corrosão, os quilos de massa plástica e os desalinhamentos da carroceria.

Descendo da plataforma que o trouxe do Paraná, em 12 de maio de 2011

Iniciando a desmontagem da mecânica, em 14 de maio de 2011

No pintor, em 23 de março de 2013. Outro carro, mas não precisava ter demorado tanto

Agora o carro já está com o pintor para a preparação e pintura. A previsão é que esteja devidamente pintado e liberado para a montagem mecânica dentro de dois meses e meio. Todo o material necessário já está disponível, inclusive a tinta Branco Polar que o Danilo Sanchez se encarregou de obter a tonalidade exata: precisão conferida com uma amostra imaculada do acervo do Lincoln.

Paralama dianteiro e lateral esquerda novas

Alinhamento e vincos bem interessantes

Lateral traseira nova e teto já preparado

Assoalho da mala novo

Assoalho novo, Chrysler do Brasil, mais de trinta anos guardado

Lateral traseira direita nova

Preciso acompanhar mais de perto a montagem do motor, a cargo do João Rondini. Todas as peças foram adquiridas já há algum tempo, pois eu não imaginava perder tanto tempo na funilaria; ao menos tudo já está pago, não preciso gastar mais com isso agora. O João também vai montar o câmbio, diferencial e suspensões.

O desafio agora é de fazer as etapas pintor/mecânico avançarem em paralelo, de modo a que o carro possa ir diretamente da pintura para a montagem, sem perdas de tempo.

Após um tempo desesperançado, volto a acreditar que logo o carro estará pronto. Adoraria poder afirmar que será ainda em 2013, mas a experiência me ensina a olhar uma coisa de cada vez. Agora é assegurar que a pintura e a mecânica fiquem perfeitas.

Em uma próxima postagem, atualizo vocês quanto ao R/T 79.

Abraços.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Meus pais

Caros,

Hoje saio do tema do blog para uma homenagem aos meus pais.

Meu pai tinha uma personalidade que pouco mudou ao longo dos anos: sempre alegre, adorava uma brincadeira. Com ensino fundamental incompleto, tinha uma caligrafia apreciada por todos. Inteligente e envolvente, deixou sua Tatuí natal nos anos 50 para tentar a vida em Santos. Porteiro de hotel, foi convidado a tentar a sorte em uma fábrica de produtos químicos no alto da serra: a então Indústrias Químicas Eletro Cloro, onde foi admitido em 1959.

No ano seguinte, casou com a moça com quem namorava desde a época de Tatuí, camareira nos mesmos hotéis. Minha mãe. Juntos tiveram três filhos, Roberto, o mais velho, Raul, o mais novo, e eu. Nos primeiros anos moravam em uma casinha ao lado do cemitério em Ribeirão Pires. Lutavam com muitas dificuldades, mas eram felizes.

Meu pai se envolveu com o movimento sindical nos anos 60, tendo chegado a Presidente do Sindicato dos Químicos no final dos anos 70 e início dos anos 80.

Enquanto isso cabia à minha mãe administrar a casa e os três filhos, além de trazer para a Terra o espírito sempre sonhador do meu pai, tarefa nada fácil. Rígida, controladora, mas também gostava de uma brincadeira talvez fruto dos anos de convivência com meu pai, eterno brincalhão.

Após deixar o Sindicato, meu pai voltou em 1982 à Eletro Cloro, onde ficou até a merecida aposentadoria, em janeiro de 1988.

Com todas as dificuldades financeiras, mas sempre vivendo bem e com boa comida, eles conseguiram ver formados os filhos, em Economia (Roberto), em Medicida (Raul) e em Direito, eu. Aliás, escolhi essa carreira muito influenciado pelo meu pai, que adoraria ter feito Direito, sem nunca poder. Tenho a honra de ser um bom advogado e trabalhar na mesma empresa que meu pai, desde junho de 1988, meses após a sua aposentadoria.

Filhos crescidos e formados, vieram netos, amados por vovô e vovó, cada qual à sua maneira, sempre com muito carinho.

E assim seguimos aprendendo com eles. Em maio de 2007, vencido por uma doença pulmonar decorrente de décadas de fumo, perdemos a referência e os ensinamentos do meu pai, aos 75 anos de idade.

Mamãe então passou a morar sozinha, no auge de seus setenta e seis anos, recebendo os filhos com seus almoços dominicais. Orgulhosa em suas capacidades, recusou até o final do ano passado a companhia de cuidadoras, necessárias para tomar conta de alguém com osteoporose severa e problemas pulmonares decorrentes, advinhem do que, o velho cigarro que havia levado meu pai.

Tive o prazer de ter mamãe comigo nas últimas passagens de ano. Neste último, já enfraquecida, ela não foi até o mar para saudar 2013, mas estava bem, alegre, até sofrer uma queda que causou uma fratura no quadril. Ela enfrentou a dolorosa recuperação com muita disposição e uma grande capacidade de recuperação: em 24 de fevereiro estava ela toda serelepe no aniversário do neto mais novo. Ela estava contente também porque iria dormir sozinha naquela noite, queria tranquilidade. Levei ela para casa e, em um imperdoável discuido meu, ela sentou na beirada da cama e caiu, fraturando o fêmur.

Internada na mesma noite, foi operada com muito sucesso em 28 de fevereiro, mas o pós-operatório, tão temido pelo Raul, trouxe complicações que ela enfrentou até ontem, quando sofreu duas paradas cardíacas. Hoje sofreu uma terceira, da qual não conseguiu - ou não quis, cansada que estava daquilo tudo - se recuperar. Tinha 81 anos.

Amanhã vamos velar e sepultar nossa mãezinha querida, que tanto nos deu. Eu, certamente, fico em dívida com ela, fiz muito menos que recebi, como aliás a grande maioria dos filhos.

Não é o caso do Raul, que tanto se dedicou a cuidar dos meus pais. Obrigado meu irmão!

Aos meus pais, que espero estejam se reencontrando, todas as minhas homenagens. Vou honrar a memória deles sempre.

Todo o meu amor ao meu pai e à minha mãe.

Vicente, meu pai, com dois dos netos, em 1º de janeiro de 2007

Helena, minha mãe , no último Réveillon

Abraços.

sábado, 2 de março de 2013

Charger R/T 72 e R/T 79: Rádios originais

Caros,

buscando restabelecer a originalidade do interior dos Dodges Charger R/T 72 e 79, fui procurar os modelos de rádios adequados. Encontrei o do R/T 72, em excelente estado, no interior de São Paulo, com o nosso conhecido Salim; o do R/T 79, encontrei no Sul, também em excelente estado, com o grande Cuti.

Por uma dessas coincidências, os dois chegaram juntos em casa, na mesma perua dos Correios.



Como eu havia postado em novembro de 2011, comprei um KP 500 zero, na caixa, para instalar sob o painel do R/T 72, mas não poderia colocar qualquer rádio no local original. Com esse rádio aí embaixo, estou convicto que o interior do carro vai ficar bem legal.




A ideia é deixar os dois em operação, mas naturalmente ouvir OM não está nos meus planos. Quem vai dar conta do som será o KP 500, com sua poderosa reprodução de FM e seu toca-fitas. Já estou pesquisando quais bandas de rock estavam nas paradas em 1972 para gravar umas fitas. Outro dia descobri um site com jingles de propagandas antigas, pensei em inserir alguns desses jingles nas fitas, seria bem interessante, uma viagem de volta à época de ouro do R/T 72.

Do R/T 79 vou retirar o enorme toca-fitas Rio de Janeiro, restaurar o painel e instalar o Motoradio. Não precisarei fazer mais nada, pois o aparelho reproduz FM e tem toca-fitas, além de comandar a antena elétrica do carro, que está funcionando normalmente. Vamos ver como o som vai ficar, claro que sei que não vai se comparar ao KP 500. Eventualmente poderia colocar um amplificador/equalizador de época, Tojo ou, melhor ainda, um Marantz. A ver. Claro que também vou gravar umas fitas de músicas do final dos anos 70 para ambientar o som do carro.



Dos carros propriamente ditos, não tenho muitas novidades. O R/T 72 ainda não terminou a funilaria, mas quando essa fase estiver pronta, irá diretamente para o pintor, já devidamente contratado. O R/T 79 teve a mecânica revisada pelo Alaor, mas eu gostaria de já corrigir os defeitos de funilaria e de repintar ao menos as laterais, eliminando as estranhas faixas Marrom Sumatra criadas pelo segundo dono. Caso eu consiga um funileiro para isso, ótimo; caso contrário, vou andar um tempo com ele e depois corrijo esses detalhes.

Abraços.